É muito comum o consumidor que está entrando no mundo do café especial se apegar às variedades da espécie arábica.

Quem nunca passou pela seguinte situação: ao visitar uma cafeteria e experimentar um café que gostou muito perguntou ao barista ou ao atendente qual café estava tomando e ouviu a resposta “Esse é um Catuaí Amarelo” ou então “Hoje o café é um Bourbon”.

Não há nada de errado até esse ponto, o problema é que esse nome está sem sobrenome. Vamos te explicar.

Ao ouvir apenas a informação da variedade do café, o consumidor geralmente toma a seguinte informação como verdade, por exemplo: tomei um catuaí amarelo e ele é incrivelmente bom, todo café que vou comprar será Catuaí Amarelo, pois significa que será tão bom quanto o que eu tomei. E isso vale para Catuaí, Bourbon, Arara, Mundo Novo e mais uma infinidade de variedades.

Obviamente está muito claro para a pessoa que o método e a forma de preparo naquele local influenciou na bebida que ela tomou, o que ela não tomou nota é como estava torrado aquele café e também como foi processado o café no pós-colheita.

E é sobre esse processamento pós-colheita que vamos abordar agora.

Quando o café é colhido ele passa por um processamento pós-colheita que serve para secar os grãos a ponto de deixar a umidade próxima dos 11%, muito comum lembrarmos de imagens de terreiros cheios de café secando ao sol, mas existem muitas outras formas, inclusive secadores elétricos, o que é apenas uma curiosidade, não vem ao caso nesse momento.

Vamos nos ater apenas a 4 principais formas de processamento que são os sobrenomes das nossas variedades.

Nós temos os processos:

Natural: É o mais comum, o grão de café seca dentro do fruto e permite absorção parcial de açúcares da polpa do café, geralmente tendem a trazer mais doçura e corpo para a bebida.

Cereja Descascado/Despolpado (CD): O café tem sua polpa retirada e seca com a mucilagem, isso permite que haja uma leve fermentação e o resultado tende a trazer uma bebida com doçura e acidez.

Lavado: Esse processo retira polpa e mucilagem, lavando o grão e deixando-o mais limpo para secar, em termos de bebida a tendência é encontrarmos mais acidez com notas delicadas e bem pronunciadas.

Fermentado: O último dos quatro processos é o que mais surpreende, pois cada local pode desenvolver sua própria técnica de fermentação. Ao fermentar o café ocorre a indução para o desenvolvimento de características em potencial que nenhum dos outros processamentos poderiam atingir. Na bebida tendem a trazer notas complexas e o grande desafio é conseguir extrair um café encorpado.

Por fim é importante ressaltar que ao experimentar um café e apreciá-lo, devemos entender além da sua variedade, pois o processamento pós-colheita influencia em todo o desenvolvimento da bebida.

No nosso exemplo a pessoa poderia ser informada: “Você está tomando um Catuaí Amarelo Fermentado”.

E quando você for comprar o seu café, não se esqueça de perguntar por essa informação, afinal, o café precisa ser agradável ao seu paladar.

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